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Merenda escolar aumenta renda de pequenos agricultores e evita êxodo

Segunda-feira, 09 de setembro de 2013


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Agricultores familiares conseguem aumentar a renda e planejar a vida financeira com mais tranquilidade, no Paraná, com venda garantida para a merenda escolar. Cerca de 134 associações e cooperativas em 374 municípios fornecem mais de 12 mil toneladas de alimentos para 2,3 mil escolas da rede estadual e para as escolas de educação especial.

O Governo do Paraná reservou em 2013, R$ 31 milhões para a compra de alimentos da agricultura familiar, em 2010 esse valor era de R$ 3 milhões. As escolas recebem os lotes convencionais da merenda e novos equipamentos chegaram às cozinhas, como fogões, geladeiras e uniformes para as merendeiras. Somente neste ano, R$ 90 milhões serão investidos em alimentos e novos equipamentos nas escolas, beneficiando 1,3 milhão de alunos.

A renda extra da merenda escolar permite que o produtor João Candido Braine, de Doutor Ulysses, Vale do Ribeira, faça planos para a família e continue com o trabalho no campo. “Gosto de trabalhar com a lavoura, mas antes estávamos endividados, o dinheiro que entrava era só para pagar conta. Agora dá para planejar os gastos futuros e até pensar em guardar para comprar um carro melhor para facilitar o trabalho”, disse o agricultor.

CAMPO – A produção de frutas, verduras e legumes possibilitou um aumento de renda de 60% para a família de João. “Plantamos sem medo, pois temos preço garantido. Se não fosse isso, com certeza já teria abandonado a lavoura para trabalhar em outra coisa”, ressaltou Braine.

Os produtores vizinhos, Ari do Carmo Dias e a esposa Joceli Aparecida de Matos vivem situação parecida. A renda da família aumentou em 40% e o produtor conseguiu financiar um trator. “Quando entregava para outros fornecedores e atravessadores, muitas vezes não dava para nada. Algumas vezes cheguei a doar ou jogar fora os produtos que chegaram a estragar, porque não consegui vendê-los”, relatou Dias.

COMÉRCIO – Com mais renda para os agricultores, o comércio local também prospera. A comerciante Roseli Machado de Matos, que também trabalha na agricultura, tem uma mercearia que atende a região rural de Doutor Ulysses. “Consegui investir no meu comércio e quero reformá-lo no fim de ano. A venda melhorou uns 30%”, disse Roseli.

Para tornar a merenda escolar cada vez mais nutritiva e saborosa, a equipe de alimentação escolar da Secretaria de Estado da Educação incentiva os produtores a venderam para o Estado. “É uma ação sem precedentes e que melhora significativamente a qualidade da alimentação dos nossos alunos e produz renda para os agricultores”, destacou Márcia Stolarski, diretora de Infraestrutura e Logística da Secretaria da Educação.

A entrega é feita semanalmente e os produtores entregam também sucos, leite e panificados, e outros alimentos de origem animal, de acordo com a região e produção de cada agricultor.

SUDOESTE – Na região de Pato Branco, duas associações e duas cooperativas são beneficiadas com o repasse da merenda escolar. Os valores, que eram de R$ 81.620,00 em 2011, saltaram para R$ 613.782,00. “O programa é muito bom. É um benefício para nós, produtores, e para os alunos porque recebem um produto mais natural. Bom para a saúde. Bom para nossa renda”, explicou o agricultor Vilson de Melo, da Cooperativa dos Agricultores Familiares de Pato Branco.

Ele e sua esposa, Sandra Giacomani de Melo, plantam em 3,5 hectares grande variedade de hortaliças, legumes, verduras, tubérculos e frutas. Para as escolas estaduais atendidas em Pato Branco, Vitorino e Mariópolis são entregues semanalmente alface, almeirão, batata-doce, cenoura, brócolis e rúcula. As frutas dependem da época do ano – atualmente é a vez da laranja, melão e caqui.

Além da renda, que proporciona uma melhoria de vida, Vilson destacou outro importante reflexo do programa. “O produtor se fixa no interior. Com esse programa as famílias estão ficando no interior. É uma ótima ideia que está sendo trabalhada”, disse.

As escolas recebem verduras variadas, sucos e pães. “Ajuda para complementarmos a alimentação dos nossos alunos, principalmente na sopa para os bebês que atendemos”, comentou a diretora da escola da Apae de Coronel Vivida, Marilu Tassi. A escola recebe produtos da Associação de Produtores Agroecológicos de Verê.

Fonte: Agência de Notícias do Estado

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