Quinta-feira, 13 de outubro de 2016
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Especialistas, pesquisadores, estudantes e professores participam, em Curitiba, do I Congresso Brasileiro de Redução de Riscos de Desastres (I CBRRD), evento aberto na noite de quarta-feira e considerado um marco neste tema, no Brasil. A abertura do congresso, realizada no Palácio Iguaçu, contou com a presença do secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Renato Ramlow, do assessor de programas da Organização das Nações Unidas (ONU), David Stevens, e do chefe da Casa Militar e coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil, coronel Adílson Castilho Casitas.
O Congresso acontece na Universidade Positivo. Entre os temas desta quinta-feira (13) estão “Compreensão Integrada e Sistêmicas dos Riscos” e “Agenda Brasileira de Pesquisa em Redução de Riscos e Desastres, com a apresentação da experiência de Mariana (MG).
Para o coronel Castilho, o Congresso permite a troca de conhecimentos e a integração de todas as áreas que envolvem a redução de risco de desastres. “Isso inclui a ocupação correta do solo, o planejamento urbano e, para aquelas regiões de riscos que são habitadas, soluções de obras de engenharia para diminuir e minimizar os impactos de qualquer desastre que possa ocorrer”, disse.
Paralelamente ao evento, na quinta-feira (13) os representantes do Conselho Nacional de Gestores Estaduais de Proteção e Defesa Civil (Congepedec) se reúnem com o secretário Renato Ramlow para debater o aperfeiçoamento da legislação que regula o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil.
“Estamos trabalhando há muito tempo para aperfeiçoar o sistema de prevenção e as ferramentas que disponibilizamos aos coordenadores municipais”, explicou o coronel Castilho. “A proposta agora é melhorar o sistema de alerta que garanta à população tempo hábil para se prevenir. Com isso podemos reduzir não só os danos materiais, mais acima de tudo, preservar a vida humana”, afirmou.
O Congresso Brasileiro é promovido pelo Governo do Estado, por meio do Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres do Paraná (Ceped/PR) e a Universidade Estadual do Paraná (Unespar), e à Universidade Positivo (UP).
MARCO DE SENDAI – O tema é “A Pesquisa e o Ensino em RRD no Brasil e o Marco de Sendai para a Redução do Risco de Desastres 2015 – 2030”. Durante os quatro dias de evento serão discutidas questões como riscos e desastres ambientais, riscos e desastres tecnológicos, desenvolvimento, redução de riscos e políticas públicas, comunicação e educação em RRD, redes e participação comunitária e Tecnologias e inovação em RRD.
A diretora acadêmica do Ceped/PR e presidente da comissão organizadora do congresso, Daniele Stringari, explicou que o Paraná foi escolhido para sediar o evento por já contar com uma rede de pesquisas em redução de riscos de desastres instituída. A rede é coordenada pelo Ceped e conta com 16 instituições cooperadas, incluindo as sete universidades estaduais, a Universidade Federal do Paraná e institutos de pesquisa.
Para ela, o congresso inova ao tratar da redução do risco de desastres, já que há muito tempo são trabalhadas apenas as respostas aos eventos que ocorrem. “A ideia de se trabalhar com a redução é evitar danos maiores, com planejamento, buscando avaliar o risco dentro de todas as áreas da gestão pública, desde a saúde até a Defesa Civil”, afirmou.
REDE BRASILEIRA – Durante o evento, será anunciada a formalização da Rede Brasileira de Pesquisa em RRD, integrante da Redeclima e vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação. A rede tem a finalidade de discutir os riscos de desastres associados ao desenvolvimento no País.
O objetivo da rede é mobilizar e promover a integração dos pesquisadores brasileiros para a produção científica na área, que servirão de subsídio para a tomada de decisões dos gestores públicos. Mais de 200 pesquisadores, de 35 instituições de pesquisa e ensino superior, farão parte da rede.
Segundo o capitão Eduardo Pinheiro, chefe do Ceped/PR e um dos organizadores do congresso, o Brasil é signatário do Marco de Sendai e precisa implementar medidas para a RRD nas suas mais diversas vertentes, dialogando com os setores estratégicos para a sua implantação. Para ele, o lançamento da rede é a primeira oportunidade de integração de várias áreas do conhecimento envolvidas na Redução de Risco de Desastres.
INTERCÂMBIO – O Congresso vai ampliar o intercâmbio entre pesquisadores, docentes, estudantes, consultores e profissionais de empresas privadas, organizações públicas e não governamentais, nacionais e internacionais para promover o trabalho em rede nas mais diferentes áreas que atuam na redução do risco de desastres.
Participam representantes da Organização das Nações Unidas (ONU), da Sociedade de Análise de Risco da América Latina, do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais, Fundação Osvaldo Cruz, Centros de Pesquisa em Desastres no Brasil (Cepeds), dos Ministérios da Integração Nacional, das Cidades e da Ciência, Tecnologia e Inovação, das agências Capes e CNPq, das Coordenadorias de Defesa Civil e de 35 Instituições de Ensino Superior.
PROGRAMAÇÃO – O Congresso terá apresentação e discussão de artigos técnicos e científicos sobre Redução de Risco de Desastres, mesas mesas redondas, minicursos e conferências. Para acessar a programação, clique no link: http://www.congressorrd.org/.
Estudantes e pesquisadores de todo o País submeteram mais de 260 trabalhos para o congresso, entre artigos completos e resumos. Os trabalhos aprovados pela comissão científica serão reunidos em livro e os melhores avaliados serão publicados, posteriormente, em uma revista científica.
PRESENÇAS – Participaram da solenidade o presidente do Congepdec e coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil de São Paulo, coronel José Roberto Rodrigues de Oliveira; a presidente da Sociedade de Análise de Risco Latino Americana (SRA-LA), Rosa Maria Flores Serrano; e o coordenador executivo de Proteção e Defesa Civil do Paraná, coronel Edemilson de Barros.
Fonte: AEN-PR
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