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Governo instala Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro

Segunda-feira, 15 de dezembro de 2014


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A partir desta sexta-feira (12), o Paraná começa a contar com um Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD), vinculado à Polícia Civil do Paraná. A instalação oficial ocorreu nesta manhã, em solenidade com a participação do secretário da Segurança Pública, Leon Grupenmacher, e do delegado-geral da instituição, Riad Braga Farhat. 

O LAB-LD é uma unidade de análise de dados que visa a identificação de atividades ilícitas, com a aplicação de soluções tecnológicas, envolvendo profissionais especializados e capacitados. A estrutura, vinculada à Agência de Inteligência da Polícia Civil do Paraná, foi instalada mediante acordo de cooperação técnica com a União. 

A equipe vai colaborar, principalmente, em casos que envolvam significativo volume de dados originários de quebras de sigilo bancário ou fiscal, a partir da aplicação de ferramentas de análises específicas e metodologias próprias de trabalho. 

“Temos profissionais da mais alta qualificação trabalhando diretamente nessa estrutura do laboratório, que funcionará como suporte e assessoramento técnico a todas as demais unidades policiais que tiverem uma investigação relacionada à lavagem de dinheiro. Dessa forma, será possível dar um grande salto de qualidade nas investigações de desvio de recursos conduzidas pela Polícia Civil”, afirma Grupenmacher. 

DIVISOR - O início das atividades do LAB-LD, na opinião do delegado-geral Riad Farhat, é um divisor de águas na Polícia Civil do Paraná. “Os delegados não vão medir esforços para combater o crime do colarinho branco, que é o causador de diversos outros tipos de crimes”, diz ele. 

Para o delegado responsável pelo LAB-LD, Alessandro Roberto Luz, a unidade passa por uma mudança de paradigma de investigação policial. “Hoje a criminalidade é exercida com outros aparatos, buscando a ocultação da origem ilícita do dinheiro. Aqui temos equipamentos de ponta para fazer frente a esses crimes, além de profissionais que passaram por uma capacitação específica e diferenciada”, apresenta ele. “Esse é o pontapé inicial. Hoje nossa Agência de Inteligência é referência para outros estados e faremos o possível para colocar o LAB-LD do Paraná também como referência no cenário nacional”, complementa o delegado. 

REDE - A ideia de criar uma unidade especializada contra a Lavagem de Dinheiro é a realização da meta 16 da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (ENCCLA) do ano de 2006. 

Atualmente, cerca de 60 órgãos e entidades fazem parte da ENCCLA, como Ministérios Públicos, Polícias Civis, Judiciário, Controladoria Geral da União, Tribunal de Contas da União, Comissão de Valores Mobiliários, Conselho de Controle de Atividades Financeiras, Banco Central do Brasil, Agência Brasileira de Inteligência e Advocacia Geral da União. 

O primeiro LAB foi instalado no Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) da Secretaria Nacional de Justiça por meio de convênio firmado, em maio de 2006, entre o Ministério da Justiça e o Banco do Brasil. O laboratório do Paraná é o 33º a entrar em funcionamento. Outros dez estão em processo de instalação. 

“O LAB-LD entra no que há de mais moderno no setor, atualmente, em todo o mundo, e essa parceria do Paraná com o Ministério da Justiça permite trazer esse avanço para a sociedade”, ressalta André Fagundes, representante da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) que participou da instalação oficial no Paraná. 

Os laboratórios regionais compõem a REDE-LAB, coordenada pelo DRCI/SNJ, cujo propósito é o compartilhamento de experiências, técnicas e soluções voltadas para análise de dados financeiros e detecção da prática de lavagem de dinheiro, corrupção e crimes relacionados. 

“É um suporte para auxiliar no corte do fluxo financeiro e na descapitalização dos criminosos, facilitando a recuperação dos ativos ilícitos”, complementa o coordenador nacional da Rede LAB, Roberto Zaina. De acordo com ele, de 2007 a julho de 2014, a Rede já analisou 2.196 casos, com R$ 21,4 bilhões em recursos com indícios de ilicitude identificados.

Fonte: AEN

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